A bovinocultura leiteira brasileira está em crescente evolução, onde o uso das técnicas de produção é aprimorado principalmente para maximizar a receita e minimizar eventuais prejuízos das propriedades.O descarte involuntário de vacas leiteiras está intimamente ligado a problemas reprodutivos (grande maioria dos descartes), se desfazendo principalmente de vacas com alta produção leiteira, que teriam sua eficiência produtiva interrompida pelo fato de não emprenharem novamente, impactando em futuros gastos com reposições de rebanho para fazenda.
Para minimizar perdas econômicas aos produtores de leite, em função dessa deficiência reprodutiva, pesquisadores na década de 40, começaram a desenvolver técnicas de indução de produção de leite por meio de aplicações de hormônios exógenos, a fim de mimetizar o terço final da gestação da vaca, e com isso a glândula mamária ser ativada a sintetizar o leite.
Mas quais são os ganhos com essas técnicas?
1- Técnica viável ao produtor
Atualmente a indução da lactação no rebanho leiteiro se tornou uma técnica economicamente viável, que possibilita manter vacas com dificuldades de tornar-se prenha, mas que possui bom potencial leiteiro.
2- Produto final seguro para consumo
Um fator importante a ser questionado é a segurança do produto final ao consumidor. Ou seja, o leite oriundo das vacas induzidas possui composição alterada ou há risco de resíduos de hormônios no leite? A resposta correta é: “O leite oriundo de vacas induzidas é um alimento seguro”.
Em seu estudo Freitas (2009) utilizou dois tipos de protocolos de indução de lactação, e afirmou que não teve alterações na composição do leite como: contagem de células somáticas, porcentagens de gordura, proteína e lactose do leite (P>0,05). Já quanto ao resíduo de hormônio, Jewell (2002) demonstrou em seu estudo que as concentrações de progesterona não extrapolaram os níveis encontrados em vacas com lactação fisiológica.
Desta forma, a indução de lactação em vacas é cada vez mais utilizada de forma auxiliar a produção de leite, ampliando a lucratividade das propriedades leiteiras e produzindo um produto seguro para o consumidor. Contudo, o uso de protocolos hormonais para induzir a lactação deve ser orientado por profissionais capacitados.
*Texto elaborado por Aécio Silveira Raymundy. É Médico Veterinário, Mestre em Reprodução, Sanidade e Bem estar Animal, Professor e coordenador do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Itajubá - FEPI e parceiro do Clube Leiteiro. Por sua experiência na agropecuária e na produção de leite e seus derivados, considera que a profissionalização do homem do campo e seus familiares, é fator vital para o sucesso das propriedades rurais e para o desenvolvimento do setor agropecuário do país.
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